Por Talita Abrantes, de Exame.com
De trabalho voluntário até como descrever o grau de conhecimento em inglês: veja as respostas para algumas das questões mais comuns sobre currículos
1 - Devo ser generalista na hora de redigir o objetivo?
Depende. Em alguns setores é mais fácil delimitar seus objetivos profissionais. Em outros, não. A dica, segundo Sérgio Sabino, da Michael Page, é sempre se candidatar para oportunidades profissionais coerentes com seu plano de carreira. “Quanto mais preciso for isso, melhor para o recrutador”. Mas cuidado para não cair em contradição.
Regra de ouro? Estude o anúncio de emprego com afinco antes de redigir seu currículo. Se o currículo for generalista (daqueles que você cadastra em sites, por exemplo), seja coerente com seu propósito de carreira.
2 - Posso usar o mesmo currículo para diferentes oportunidades?
Não. Em uma era que personalização é tudo, a regra é ter um currículo para cada oportunidade. Em outros termos, cada panela tem que ter sua tampa, neste sentido. O ideal, de acordo com especialistas, é ter um currículo base, mas adaptá-lo ou, em termos mais modernos, customizá-lo para cada ocasião – tendo em vista o espírito da empresa e cargo em questão.
3 - Como adaptar meu currículo para cada ocasião?
Os pontos mais relevantes da trajetória profissional, salvo algumas exceções, não mudam. O que pode ser mudado são as conquistas que você alcançou em cada passagem profissional. Assim, ajuste para cada versão, os projetos, as conquistas que mais tem relação com o cargo que você pleiteia.
4 - Que tipo de conquista vale para o currículo?
Dados numéricos sempre caem bem no currículo. Por isso, quando mais objetiva for a conquista, melhor. “Realizações que reflitam aumento de receita, redução de custos, que ajudem no desempenho da companhia são exemplos”, diz Sabino. “Você tem que mostrar o seu valor”. E a descrição do que você fez em cada cargo não é suficiente para isso. Por isso, invista em dados objetivos que comprovem isso.
5 - Como mostrar meu nível de conhecimento em um idioma estrangeiro?
Mentir no currículo é o pior erro que um candidato pode cometer. E isso vale até para as formas mais sutis da mentira: como “dourar” o seu nível de conhecimento em um idioma estrangeiro. Dez minutos de conversa em inglês, durante a entrevista, por exemplo, são suficientes para o recrutador checar se você é fluente ou não. A dica? “Faça uma autocrítica e na dúvida, procure um especialista credenciado para avaliar seu nível de inglês”, diz Sabino.
6 - Preciso listar meus hobbies?
Não é obrigatório, mas pode ajudar o recrutador a traçar seu perfil profissional. Afinal, a sua rotina fora do trabalho pode falar muito sobre você. “Os hobbies têm a função de mostrar as suas próprias competências”, diz Sabino. “É mais um complemento para traçar seu perfil”.
7 - Que tipo de trabalho voluntário "cabe" no currículo?
Ação de caridade, como doar dinheiro para alguma instituição, não vale. “Se o trabalho é periódico, se você tem comprometimento pode mostrar engajamento e preocupação com a sociedade”, diz Sabino. Mas, segundo ele, tal experiência tende a não ser decisiva.
8 - Posso listar minhas principais competências?
“O recrutador é um incrédulo por natureza. Listar suas competências pode ser mais um problema do que uma solução”, diz Sabino. Afinal, quem garante que o recrutador irá concordar com você. Por isso, a dica é, em vez de listar adjetivos que descrevam quem você é, atenha-se aos fatos: escolha dados, experiências e resultados que apontem para tais qualidades. “Deixe este critério de avaliação para o recrutador”, diz Sabino.
9 - Ainda não me formei. Como explicar isso no currículo?
Neste caso, a solução é detalhar a previsão de conclusão do curso em questão em vez de escrever a palavra “cursando”.
10 - Parei alguns cursos no meio do caminho, devo listá-los?
Não. “Se interrompeu o curso, o ideal é não colocá-lo no currículo”, afirma Elvira Berni, diretora da People on Time. Só vale mencioná-lo se planejar retomar os estudos no curto prazo.
11 - Posso omitir algumas experiências?
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A mesma regra vale para as experiências profissionais de início de carreira que não foram tão relevante.s “O foco tem que estar nos últimos cinco ou dez anos”, afirma a especialista.
Para não passar a impressão de má-fé (caso o recrutador julgue que a omissão teve segundas intenções), apenas cite as experiências – sem entrar em detalhes -, como sugeriu Renato Grinberg, autor do livro “O instinto do sucesso” em um dos vídeos de carreira.
12 - Como escolher as palavras-chave certas?
O método mais eficaz para garantir que o recrutador irá encontrar seu currículo nos sistemas de buscas especializados é investir em palavras-chave. “Selecione os termos mais comuns da sua área de atuação e os que melhor explicam o que você faz, realmente”, diz Elvira. Dica: leia com atenção os anúncios das oportunidades profissionais e repita as principais palavras em seu currículo.
13 - Devo colocar a pretensão salarial?
Nesta etapa, entre no assunto “salário” apenas quando for indagado sobre isto. Se o anúncio pede “pretensão salarial”, obedeça-o e liste a remuneração que recebia/recebe no último emprego - a variável deve ser incluída.
14 - Qual a regra para dados pessoais?
Há alguns anos, currículo bom era aquele que listava, em minúcias, todos os dados pessoais possíveis. Estado civil, quantidade de filhos, RG e CPF. Tudo. Tudo ia parar no documento.
Para os desavisados: esta regra, definitivamente, acabou. No máximo, cite qual seu estado civil e o endereço - sem mencionar número, por exemplo. O foco no currículo são suas qualificações.
15 - Preciso colocar foto?
Já se foi o tempo em que uma foto do candidato era um item tão relevante quanto a formação acadêmica. Mas, em alguns setores e empresas, a imagem do aspirante à oportunidade profissional segue como exigência. Quando a empresa pede por uma foto, nada de escolher uma imagem de viagem. Quanto mais sisudo, melhor.
Adorei a sistematização em que se aprenta o conteúdo desta página.
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