
Porém, ao migrar para o norte do país, o mito
e o personagem sofreram modificações ao receberem influências da cultura
africana. O Saci transformou-se num jovem negro com apenas uma perna,
pois, de acordo com o mito, havia perdido a outra numa luta de capoeira. Passou
a ser representado usando um gorro vermelho e um cachimbo, típico da cultura africana. Até os dias atuais ele é representado desta
forma.
O comportamento é a marca registrada deste
personagem folclórico. Muito divertido e brincalhão, o saci passa todo tempo
aprontando travessuras na matas e nas casas. Assusta viajantes, esconde objetos
domésticos, emite ruídos, assusta cavalos e bois no pasto etc. Apesar das
brincadeiras, não pratica atitudes com o objetivo de prejudicar alguém ou fazer
o mal. Diz o mito que ele se desloca dentro de
redemoinhos de vento, e para captura-lo é necessário jogar uma peneira sobre
ele. Após o feito, deve-se tirar o gorro e prender o saci dentro de uma
garrafa. Somente desta forma ele irá obedecer seu “proprietário”.
Mas, de acordo com o mito, o saci não é
voltado apenas para brincadeiras. Ele é um importante conhecedor das ervas da
floresta, da fabricação de chás e medicamentos feitos com plantas. Ele controla
e guarda os segredos e todos estes conhecimentos. Aqueles que penetram nas
florestas em busca destas ervas, devem, de acordo com a mitologia, pedir sua
autorização. Caso contrário, se transformará em mais uma vítima de suas
travessuras.
A crença neste personagem ainda é muito forte
na região interior do Brasil. Em volta das fogueiras, os mais velhos contam
suas experiências com o saci aos mais novos. Através da cultura oral, o mito
vai se perpetuando. Porém, o personagem chegou aos grandes centros urbanos através
da literatura, da televisão e
das histórias em quadrinhos.
http://www.suapesquisa.com/musicacultura/saci-perere.htm
http://www.suapesquisa.com/musicacultura/saci-perere.htm
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