
Esse número se mantém o mesmo desde 2009, mas caiu 12% (de 39% a 27%) em 11 anos. Segundo o estudo, apesar da área rural ter avançado mais neste período ainda há uma forte desigualdade em relação às áreas urbanas. Em relação aos estudantes de nível superior, o Inaf aponta que 38% não dominam habilidades básicas de leitura e escrita, número que reflete o expressivo crescimento de universidades de baixa qualidade.
Segundo diretora executiva do IPM, Ana Lúcia Lima, os dados da pesquisa reforçam a necessidade de investimentos na qualidade do ensino, pois o aumento da escolarização não foi suficiente para assegurar aos alunos o domínio de habilidades básicas de leitura e escrita.
— A primeira preocupação foi com a quantidade, com a inclusão de mais alunos nas escolas. Porém, o relatório mostra que já passou da hora de se investir em qualidade.
Por outro lado, o número de pessoas alfabetizadas aumentou de 61% em 2001 para 73% no último balanço.
Jovens e adultos
Entre as pessoas de 50 a 64 anos, o índice de analfabetismo funcional é ainda maior, atingindo 52%. De acordo com o cientista social Bruno Santa Clara Novelli, consultor da organização AlfaSol (Alfabetização Solidária), isso ocorre porque, quando essas pessoas estavam em idade escolar, a oferta de ensino era ainda menor.
— Essa faixa etária não esteve na escola e, depois, a oportunidade e o estímulo para voltar e completar escolaridade não ocorreram na amplitude necessária.

— A EJA tem papel fundamental. É uma modalidade de ensino que precisa ser garantida na medida em que os indicadores revelam essa necessidade.
Ele destaca que o investimento deve ser não só na ampliação das vagas, mas no estímulo para que esse público volte a estudar. Segundo ele, atualmente só as pessoas "que querem muito e têm muita força de vontade" acabam retornando para a escola.
Ele cita como conquista da EJA nos últimos dez anos o fato de ela ter passado a ser reconhecida e financiada pelo Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica).
Fonte:R7
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